sexta-feira, 18 de setembro de 2015

O Caminho das Oito direções de Shiva

Percorrendo “O Caminho das Oito Direções de Shiva” no Xamanismo Tântrico
Por: Anand Milan e Chandra Veeresha

O caminho das “Oito Direções de Shiva” trata-se do caminho que o praticante precisa percorrer para reconhecer o “iluminado” que já é. Serve como orientação, um guia interior e exterior para o dia a dia..
Na atualidade, vemos que muitos daqueles que pulam etapas importantes na busca pela iluminação, perde-se no meio do caminho. Por isso, além do caminho quádruplo, relacionado a Roda Xan´Tá, falamos sobre o Caminho das  8 Direções Tudo isso faz parte de um estudo aprofundado. Como já salientamos anteriormente, foram anos a fio de estudo, muitas noites de insônia e buscas em diversas culturas para entender e ver finalmente o que nossos corações queriam.

“Voce consegue experimentar o poder e não se perder no meio do processo? Dizem que poucos completam a jornada de iniciação...

“Muitos param ao longo do caminho e ficam satisfeitos em ser curandeiros. Tornam-se donos de si mesmos. E há os que que caem na armadilha do Ego e do poder. Perdem-se ao longo do caminho” ( Dom Antonio Baça- Paq´o Kero 1902- 1985).”


O Caminho das Oito Direções de Shiva é como um mapa que serve tanto para o autodesenvolvimento quanto para o despertar definitivo das amarras mentais e do plano material.
“Todo mundo pode superar o ciclo da roda de causas e efeitos; o ciclo de mortes e renascimentos; a Roda de Samsara e encontrar a Felicidade Plena/ Bem aventurança “ (Sidarta Gautama).

Na Roda de Samsara; a roda das encarnações há todos os tipos de dor e sofrimentos, muitos relacionados ao corpo físico, mental ou espiritual. As dores e sofrimentos em parte são causadas pelos apegos que temos ao mundo, às pessoas e coisas – muitos deles para nos fazer sentir amados .
Observemos a dor e ela se vai. Criamos outra dor. E assim sucessivamente...
Assim é a mente. Se voce a observa, sem resistência percebe que a dor está ligada ao passado ou ao futuro, jamais ao “aqui e agora”. Quando um indivíduo está em “estado de buda” – no momento presente, aliás diz-se que ele está “ausente”, a dor simplesmente some. Onde está o seu sofrimento agora? No agora, o sofrimento desaparece. No silêncio, nota-se a impermanência das coisas. Infelizmente a alegria que conhecemos, também é impermanente. O casal em início de namoro, apaixonado, trocando juras de amor, sentindo os pés fora do chão. Isso é impermanente, se voce já se relacionou com alguém por mais de dois anos, com certeza já teve a experiência de viver uma paixão avassaladora que com o tempo, esfriou e acabou. Poucas sobem para o patamar do amor.

E, precisa ser assim, do contrário quem se interessaria em despertar para sua real natureza? Ninguém.O Ego precisa existir para ser abandonado.
Uma criança, por exemplo, nasce sem Ego e com o tempo ele se desenvolve. É importante que isso aconteça. Esse é um dos maiores contra sensos da nossa vida terrena. Nascer sem ego, formar um ego que se transforma em multi-egos, depois volta a ser um Ego e dissolve-se, retornando a sua origem.
A dor precisa existir no mundo, para que se dê valor ao amor.
Outra verdade importante, ensinada pelos iluminados e que o Xamanismo Tântrico vem lembrar-lhe é que enquanto mente e ego estiverem no comando de nossas vidas, haverá dor e sofrimento. O Ser (no tantra chama-se Purusha ) precisa retomar o seu lugar. É ele quem deve tomar o controle da vida de cada ser humano.
No entanto, no Xamanismo Tântrico vemos a mente e o ego como amigos auxiliares, se brigamos com eles, aumentamos a dor.  Tudo a que resistimos, persiste. É assim com a dor. Precisamos fazer as pazes com a mente, afinal, quem brigaria com ela se não, ela mesma?
Em alguma tradições da Inda patriarcal existe uma idéia de que temos que matar/ liquidar o Ego. Para o Xamanismo Tântrico essa idéia é surreal. O Ser precisa retomar as rédeas. Mente e Ego existem e continuam existindo, mesmo após a iluminação. A diferença é que com a Iluminação, o Ser toma a frente de tudo e tanto mente quanto ego obedecem e ele.
Dentro do caminho  das “Oito direções de Shiva” apontado pelo Xan´Tá o objetivo de algumas práticas é que a mente saia do negativo para o positivo. Por quê?

A mente humana acostumou-se ao negativo. Basta observarmos a nossa volta, as pessoas, a mídia, as influências, tudo que aumenta ainda mais a dor. Emoções como ira, inveja, ciúme, medo, egoísmo e ganância dominando o mundo externo. São estas emoções comuns na vida de todos nós, mas quando observadas através do silêncio, podem ser ultrapassadas. Jamais lhe ensinaremos a reprimi-las. O Xan´Tá lhe oferece meios de usá-las para o bem comum; de ultrapassá-las saudavelmente e de aprender a colocá-la no positivo. Do positivo para o centro é outro ponto. Primeiro, alcancemos o positivo. Este é nosso foco na jornada inicial.
O centro é o fim. da jornada, quando a mente ultrapassa conceitos de muito e pouco, bem e mau, e assim por diante.
Jesus nos ensina: Nem muito, nem pouco. O suficiente. Buda nos apontou “ o caminho do meio”.Este é o ponto final.
Vamos desbravar melhor este caminho na visão do Xamanismo Tântrico  Xan´Tá, trazendo também uma abordagem da Roda de Cura Xan´Tá e o caminho quádruplo, onde um interage diretamente com o outro.
O símbolo abaixo é conhecido como poderoso yantra (símbolo) de Shiva. Representa poder, força espiritual, energia, e vigor. Representa a destruição de tudo o que nos faz mal. É usado como inspiração e desafio para a iluminação. A mente gosta de métodos, às vezes eles são importantes. No Xamanismo Tântrico, eles são como guias que apenas nos mostram rotas para uma vida mais plena, amorosa, liberta, solta, consciente, sábia e equilibrada. A escolha é sempre sua.

Entenda o que este símbolo tem a ver com o Xan´Tá e como o Xamanismo Tântrico trabalha nesta linha de raciocino. Com a união das culturas xamânicas e tântricas, este símbolo foi incorporado ao nosso trabalho e vida. No entanto, o entendimento e práticas são bem diferentes dos do Yoga, por exemplo, é importante compreender isso. Tem semelhanças e inspiração, mas algumas diferenças cruciais através das quais afirmamos ser o Xan´Tá uma filosofia de vida (tradição) nova, com base sólida e firme.

Tivemos no início do nosso projeto, muito receio de estar construindo castelos na areia. Contudo, o que se sente com os resultados obtidos e o que se nota a cada dia, é que o xamanismo TântricoXan´Tá veio para ficar. Está se fortalecendo e crescendo a cada dia.

O Ashtanga yantra segundo De Rose “ É um escudo de proteção que nunca deve ser usada para o ataque ou como arma”. Tem força para isso, mas sabemos que se dermos força e poder ao mau, nunca sairemos da roda de dor e sofrimento. Toda dor que proporcionamos a outro, retorna-nos. É a leia do retorno.

No entanto, é um símbolo de proteção. Aquele que o utiliza é protegido por Shiva, enquanto que o que usa do mal contra aquele que utiliza o yantra de Shiva, é gravemente ferido- ou seja, recebe tudo de volta. Seve como um escudo mesmo.

 Parte da estrutura deste símbolo é explicada no “Shastra yantra Chintamnni”, onde é tratado como um símbolo tribal dos mais antigos do Planeta.
No entanto, é muito além disso. Cada um desses tridentes tem uma representação diferente e sugere práticas. É nesse aspecto que o Xamanismo Tântrico se diferencia muito do Yoga e do Tantra. As práticas!
Entendamos mais sobre o símbolo e principalmente como experienciar o caminho óctuplo de acordo com a tradição Xan´Tá (Xamanismo Tântrico) sem se confundir com aspectos da cultura patriarcal de algumas escolas do Yoga.


Sobre o símbolo:

Poderia dizer que voce pode despertar agora do jeito que voce está. Bastando abrir os olhos. No entanto, a mente quer sempre regras, atalhos, caminhos...
Voce provavelmente jamais acreditará que pode reconhecer o Buda que á agora e fazendo qualquer coisa. Há relatos de iluminados que se reconheceram tomando um café. Acredite, se quiser!

Chandra, minha amada Shakti, que me ajudou a desenvolver este projeto, passou por uma experiência que costumava contar em alguns cursos de Tantra e que provavelmente ainda deve falar nos cursos de Xan´Tá, cantando e tocando violão. Cantando uma música que sua mente classificou como “mundana”. Na ocasião, a exaustão a levou à experiência. Sem entrar em detalhes, o básico da história é que após três dias cismada em aprender uma passagem de uma música no violão, já cansada, sem comer direito, tendo experimentado até momentos de tristeza devido a dificuldade que sentia em aprender, ela teve o “Samadhi Instantâneo” e a música simplesmente aconteceu, sem que ela percebesse. Quando deu-se por conta, já a estava tocando, sentiu-se parte da melodia, das notas, da madeira do violão. Sentiu-se, segundo ela, parte de Tudo e do Todo.
“Do Todo vem Tudo. Ainda que se tire Tudo o Todo permanece.” – da tradição Hatha Yoga.

Como e o que acontece quando se tem um Samadhi Instantêneo é muito difícil explicar, porque a mente apaga completamente. Portanto, ficará em sigilo, somente a sua prática dirá se o que relata-se aqui é ou não verdade.
O fato é que foi neste dia que ela colocou fim a muitas idéias que tinha sobre iluminação.
De qualquer forma, nunca saberemos quais práticas a levou à experiência, nem mesmo se ela nunca tivesse praticado nada, se a teria passado...
A seguir, o Caminho das “Oito direções de Shiva ” na visão do Xamanismo Tântrico  Xan´Tá de forma resumida (nos aprofundamos sobre o assunto em nossos cursos):

 1- Quanto a parte filosófica, metafísica, religiosa  e mitológica;
2- Quanto a ligação com o Eu interior e superior;
3- Quando à independência emocional;
4 – Quanto ao estilo de vida;
5-  Quanto ao corpo fisco;
6-  Quanto à purificação;
7- Quanto ao poder psíquico e artes de cura;

Para entender o caminho das “ Oito Direções de Shiva” segundo o Xamanismo Tântrico Xan´Ta é necessário um estudo mais aprofundado, bem como práticas, rituais e vivências interiores e exteriores, onde aspectos tribais e originais de algumas escolas de Tantra e Xamanismo são preservados, bem como, um estudo de práticas contemporâneas que fazem deste trabalho, algo único, ousado, profundo e inovador.
Tudo isso é ensinado nos cursos de Xamanismo Tântrico Xan´Ta. O que vimos acima foi apenas uma breve explanação dos caminhos que percorremos até desenvolver o Xamanismo Tântrico Xan´Ta.

JAI MAHEÁ!

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